Portugal Carbono Zero em 2050 – Talvez o maior desafio deste século para a sociedade portuguesa
Como será Portugal em 2050? O exercício de imaginação é proposto pela associação ambiental Zero que acredita que, por essa altura, o nosso país terá toda a sua energia proveniente de fontes renováveis e o consumo será predominantemente local e de produtos com reduzida pegada carbónica. Também a mobilidade estará assente no transporte coletivo movido a eletricidade e os veículos serão elétricos ou a hidrogénio.
Mas chegar a estes resultados não será tarefa fácil. Admitindo que o objetivo é atingir a neutralidade no que respeita às emissões reportadas por Portugal à Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, 2015 é o ano mais recente, com aproximadamente 69 milhões de toneladas. Isto se não forem tido em conta os sumidouros, ou seja, a capacidade de se retirar carbono da atmosfera, nomeadamente através da floresta.
Por outro lado, “se for considerada a componente de uso do solo e mudança do uso do solo e floresta, tendo em conta que são aproximadamente 10 milhões de toneladas de CO2 equivalente por ano (mais precisamente 9850 milhares de toneladas/ano entre 2010 e 2015, de acordo com o inventário de emissões de Portugal), há um valor líquido de aproximadamente 60 milhões de toneladas por ano de emissões a reduzir, até 2050. Simplificando, representa passar de cerca de 6 toneladas por habitante por ano para zero”, explica a Zero em comunicado.
A área da energia é apontada como a principal causa deste problema ambiental, com a produção de eletricidade a ser responsável por 25% do total de emissões, devido ao uso de carvão e gás natural.
O desafio de Portugal ser neutro em carbono em 2050 tem uma relação profunda com as políticas europeias, mas também com as opções tomadas com efeitos a médio e longo prazo. Opções estas que, na perspetiva da Zero, passam pela implementação de políticas europeias, mas também por uma mudança ao nível das opções de consumo, o que “implica uma enorme intervenção e participação das populações.”